Este concerto de 1988 em Munique oferece um retrato de um ponto curioso na carreira de Miles Davis. A lenda do jazz ganhou fama ao quebrar códigos, capacitar o espaço e improvisar shows inteiros ao vivo. No início dos anos 80, seu grupo nem ensaiava e nenhum dos músicos sabia o que tocariam ao subir no palco. No final da década, porém, e em parte devido ao novo trabalho de Davis com o engenhoso jovem baixista e compositor Marcus Miller em Tutu, a situação mudou e Miles começou a estruturar suas performances mais uma vez.
Aqui está um caso em questão. Com um setlist definido, Miles liderou um elenco estelar de músicos (um octeto) no palco com o objetivo expresso de entregar faixas que já haviam sido escritas e arranjadas. No entanto, a partir da faixa de abertura, uma peça de Gartside/Gamson chamada “Perfect Way”, a magia do exercício torna-se clara: a liberdade existe na profundidade da interpretação, na ousadia dos solos e no espaço para que novos sabores sejam adicionados. Na verdade, o baixista Benjamin Rietveld observou que esta nova abordagem "sufocada" na verdade continha uma enorme quantidade de possibilidades, algo que pode ser visto no palco pelo sorriso raro de Miles Davis e pelos diálogos elétricos que os músicos compartilham.
TRACKS
CD 1
Perfect Way
Human Nature
Tutu
Splatch
Heavy Metal Prelude
Heavy Metal
Don't Stop Me Now
CD 2
Carnival Time
Tomaas
New Blues
Portia
CD 3
Hannibal
Code M.D
Jean Pierre
Time After
Call It Anything (Bonus Track)
