O saxofonista norueguês Jan Garbarek deu várias reviravoltas estilísticas intrigantes no início de sua carreira, nenhuma mais extrema do que a mostrada no Triptykon. Embora ele sempre tenha demonstrado afinidade com o trabalho de Albert Ayler e outros músicos de free jazz que atingiram a maioridade nos anos 60, seus álbuns anteriores mantiveram um impulso rítmico mais direto e mais do que uma referência passageira ao rock experimental e ao jazz fusion. Aqui, ele descartou o guitarrista Terje Rypdal e substituiu o trabalho de percussão às vezes excessivamente delicado de Jon Christensen pelo som mais terroso e pesado de Edward Vesala. O resultado é um trio expressionista baseado tanto na improvisação livre quanto em músicas folclóricas escandinavas. O trabalho de Garbarek é seguro e imaginativo, mesmo que o contexto seja muitas vezes sombrio. Em particular, sua forma de tocar soprano, como na faixa título, é bem comovente, e não é difícil evocar imagens de pássaros aquáticos patrulhando os fiordes subárticos. A canção folclórica de encerramento, “Bruremarsj”, é uma maravilha de passos bêbados que Albert Ayler teria adorado. Witchi-Tai-To, o próximo álbum de Garbarek pela ECM, seria seu ponto alto estético, mas Triptykon não fica muito atrás. Altamente recomendado.
TRACKS
1 Rim 10:34
2 Selje 2:18
3 J.E.V. 7:27
4 Sang 2:47
5 Triptykon 12:43
6 Etu Hei! 2:18
7 Bruremarsj 4:12
