Um dos percussionistas mais respeitados da música brasileira e reverenciado mundialmente, Chico Batera, aos 80 anos, ainda está disposto a se reinventar.
“A vontade de batucar surgiu bem cedo, na infância. Agora, no outono da vida, essa vontade continua. Junto com o tamborim, batuquei memórias no teclado do computador. Saiu esse livro”, se diverte o músico e, agora, também escritor. “As pessoas acham que baterista não sabe escrever. Eu fui alfabetizado com quatro anos”, destacou Chico Batera.
A obra “Chico Batera: Memórias de um Músico Brasileiro”, permeia passagens destacadas da carreira de Chico. Parceiro musical de grandes nomes como Tom Jobim, Elis Regina e Sérgio Mendes, o baterista também tocou nos Estados Unidos com Frank Sinatra e Ella Fitzgerald. Mas foi com Chico Buarque que dividiu a maior parte de suas turnês. É do amigo Chico o texto de contracapa do livro.
“Brinquei com o Chico que escrevi um capítulo inteiro sobre nossas histórias tendo cuidado para não ‘falar demais’. Na contracapa ele já me entregou”, contou, bem–humorado, Chico Batera, que garante que não se preocupou com possíveis polêmicas ao escrever o livro. “Pessoas próximas, que fizeram a revisão, estavam preocupadas que eu citasse um ou outro nome de forma negativa. Mas seria impossível, em 60 anos de carreira, eu gostar de todo mundo que cruzou o meu caminho. Combinei de poupar quem já morreu, porque esses não poderiam se defender”.
